Referência: Zhou F, Yu T, Du R et al. Clinical course and risk factors for mortality of adult inpatients with COVID‐19 in Wuhan, China: a retrospective cohort study. Lancet March 9 2020. doi:10.1016/s0140‐6736(20)30566‐3
Análise do estudo: Estudo coorte retrospectivo que procurou comparar evolução clínica e factores de risco associados a mortalidade por SARS‐CoV‐2 em doentes internados na China. O estudo incluiu 191 doentes de dois hospitais, 135 do Jinyintan Hospital e 56 do Wuhan Pulmonary Hospital, de Wuhan, China. Cerca de metade dos doentes apresentava comorbilidades, sendo a principal a hipertensão arterial (30%), seguida de diabetes (19%) e doença coronária (8%). Na altura do internamento, factores como 1) idade mais avançada, 2) D‐dímeros >1 ug/L e 3) score de SOFA (falência multiorgânica) mais elevados no momento da admissão hospitalar indicaram maior probabilidade de morte hospitalar. O RNA viral era detectável, em média, até 20 dias após o início da sintomatologia nos doentes que tiveram alta, mantendo‐se também detectável nos doentes falecidos.
Aplicação prática: Este é um estudo de uma coorte de doentes SARS‐CoV‐2 que apresenta sinais e sintomas, factores de risco e resultados semelhantes a várias outras, demonstrando que o quadro clínico é constante através de grupos de doentes, de países e de regiões do globo. Nesta coorte, foi possível identificar os sinais de mau prognóstico do internamento hospitalar que podem ser colhidos precocemente à entrada, ajudando na gestão clínica destes doentes. O período prolongado de libertação viral justifica as medidas de isolamento dos casos.
Autores: Juan Rachadell , Raquel Vareda, Fausto S.A. Pinto, Rodrigo Duarte, Susana Oliveira Henriques e António Vaz Carneiro
Instituto de Saúde Baseado na Evidência (ISBE)